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Permitiu 4BUS0 Infantil? Bomba: Olha só do que o Papa Leão foi acusado d… Ver mais

Seis semanas antes de sua histórica ascensão ao papado como Leão XIV, o cardeal americano Robert Prevost foi alvo de uma denúncia formal apresentada pela Rede de Sobreviventes de Abusados por Padres (SNAP). O documento, encaminhado ao Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, acusa Prevost de má conduta grave na gestão de casos de abuso sexual cometidos por padres sob sua responsabilidade — tanto nos Estados Unidos quanto no Peru.

As acusações reacendem discussões urgentes sobre responsabilidade institucional, transparência e o futuro da Igreja diante das suas feridas mais profundas. O momento não poderia ser mais delicado: a denúncia veio à tona justamente no período em que a Igreja Católica se preparava para eleger um novo líder espiritual.


O Dossiê que Precede o Conclave

A denúncia apresentada pelo SNAP é direta: Prevost, segundo os ativistas, “prejudicou os vulneráveis e causou escândalo” ao não tomar providências adequadas diante de dois episódios envolvendo padres acusados de abusos sexuais. O primeiro ocorreu em Chicago, no ano 2000; o segundo, mais recente, no Peru, em 2022.


Caso 1: O Silêncio em Chicago

No início dos anos 2000, Robert Prevost atuava como superior provincial da ordem agostiniana em Chicago. À época, foi solicitado pela Arquidiocese que permitisse que o padre James Ray, acusado de abusar sexualmente de pelo menos 13 menores, residisse no convento de St. John Stone, localizado em Hyde Park. O problema? O local ficava a menos de uma quadra da Escola Primária St. Thomas the Apostle — uma vizinhança repleta de crianças.

Ray estava, desde 1991, proibido de exercer qualquer função pastoral e impedido de ficar sozinho com menores de idade. Mesmo assim, Prevost autorizou sua permanência no convento, segundo a denúncia.

Para o SNAP, essa decisão representou não apenas negligência, mas também uma ameaça à segurança de crianças em um ambiente onde deveriam estar protegidas.


Caso 2: O Silêncio no Peru

O segundo episódio aconteceu décadas depois. Prevost, que serviu como missionário e pároco no Peru durante os anos 1980 e 1990, retornou ao país em 2015, nomeado pelo papa Francisco como Bispo de Chiclayo. Em 2022, três mulheres o procuraram com graves denúncias: elas afirmaram ter sido abusadas por dois padres em 2007, quando ainda eram menores.

Segundo informações divulgadas pelo portal investigativo The Pillar, as vítimas alegam que a diocese não apenas ignorou suas denúncias, mas também falhou em reportar os casos às autoridades civis. Um processo judicial foi aberto, mas os promotores decidiram arquivá-lo sob a alegação de prescrição do prazo legal.

Para os representantes do SNAP, isso não isenta Prevost de responsabilidade moral e pastoral.


A Escolha do Papa e a Sombra das Denúncias

A denúncia ganhou repercussão não só por sua gravidade, mas também pelo seu timing. Quando a Igreja Católica se vê diante da escolha de um novo papa, o perfil moral do candidato se torna objeto de intensa atenção.

Robert Prevost, que agora ocupa o trono de Pedro sob o nome de Leão XIV, chega ao cargo com uma promessa de renovação — mas também com um passado que levanta questões importantes sobre sua postura diante de um dos temas mais dolorosos e devastadores para a Igreja contemporânea: o abuso sexual do clero.


Transparência e Prestação de Contas: Um Desafio Persistente

O caso Prevost evidencia um problema estrutural ainda não resolvido: como a hierarquia eclesiástica lida com denúncias de abuso sexual, especialmente quando envolvem membros do alto escalão. A falta de comunicação com autoridades civis, o abrigamento de padres acusados e a ausência de medidas punitivas reais são práticas que, segundo críticos, persistem mesmo após anos de escândalos e reformas prometidas.


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  • O que é o SNAP?
    Organização fundada por vítimas de abuso clerical, com foco em pressionar por responsabilização na Igreja Católica.
  • A crise dos abusos na Igreja:
    Escândalos que eclodiram nas últimas décadas, com milhares de casos documentados em vários países.
  • Direito Canônico vs. Justiça Civil:
    Tensões entre os processos internos da Igreja e a obrigação de colaboração com investigações estatais.
  • Reformas sob o Papa Francisco:
    As medidas adotadas nos últimos anos e seus limites práticos.
  • O impacto nas vítimas:
    Traumas psicológicos, batalhas judiciais e a luta por reconhecimento e reparação.

O Que Esperar do Pontificado de Leão XIV?

Enquanto o mundo católico celebra a chegada de um novo papa, muitos se perguntam que tipo de liderança Leão XIV oferecerá diante de denúncias como essas. A Igreja precisa urgentemente de vozes que inspirem confiança, justiça e renovação — mas isso exige mais do que discursos. Exige ações concretas, transparência real e compromisso inabalável com os que mais sofreram.

A história cobrará respostas. E as vítimas também.