POLÍTICA

Médico dar triste notícia sobre estado de saúde de Bolsonaro, ele não vai… Ler mais

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem enfrentado uma condição incomum que vem chamando atenção de médicos e aliados: crises recorrentes de soluços que se intensificam quando ele fala por longos períodos ou se exalta em discursos e entrevistas. A situação foi revelada pelo médico Cláudio Birolini, responsável por acompanhar Bolsonaro desde a cirurgia abdominal realizada em abril deste ano. Segundo o especialista, os episódios chegam a desencadear reflexos de vômito, o que tem impactado diretamente a rotina do ex-chefe do Executivo.

De acordo com Birolini, não há ainda uma causa definida para os soluços persistentes. O médico explicou que, em situações de maior intensidade, o reflexo de vômito acaba interrompendo as crises, embora traga grande desconforto. “Ele persiste com crises de soluços, mais intensas quando se exalta ou fala muito. O vômito ocorre de forma reflexa quando as crises ficam muito fortes, e auxilia na interrupção dos soluços. Estamos insistindo em tratamento medicamentoso para controle e profilaxia dessas crises”, disse ao jornal O Globo. A declaração expõe uma fragilidade de saúde que tem se repetido desde que Bolsonaro deixou a Presidência.

O histórico médico do ex-presidente é marcado por complicações abdominais decorrentes da facada sofrida em setembro de 2018, durante a campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG). Desde então, Bolsonaro já passou por mais de cinco procedimentos cirúrgicos na região abdominal, além de internações emergenciais em razão de obstruções intestinais. Esses episódios contribuíram para a necessidade de acompanhamento constante e para uma rotina de restrições alimentares e médicas. As crises de soluço agora se somam a esse quadro e levantam preocupações sobre a recuperação plena após as últimas intervenções cirúrgicas.

Especialistas apontam que crises persistentes de soluço, quando não associadas a causas simples como ingestão de alimentos ou irritação gástrica, podem indicar problemas relacionados ao nervo frênico ou a complicações gastrointestinais. Em pacientes com histórico de cirurgias abdominais, como no caso de Bolsonaro, os episódios podem estar ligados a alterações anatômicas ou funcionais provocadas pelos procedimentos. Embora não haja diagnóstico conclusivo, a equipe médica segue tentando alternativas medicamentosas para reduzir a frequência e a intensidade dos sintomas.

Na prática, os soluços têm atrapalhado a rotina pública de Bolsonaro. Conhecido por discursos longos e enérgicos, o ex-presidente tem encontrado dificuldade em manter falas extensas sem interrupções. Aliados relataram que, em encontros recentes, ele precisou pausar compromissos para controlar as crises, o que comprometeu parte de sua agenda. O desconforto também se reflete em transmissões ao vivo e entrevistas, situações nas quais a exposição das crises gera repercussão imediata nas redes sociais e intensifica os debates sobre seu estado de saúde.

Desde que deixou o Palácio do Planalto, Bolsonaro enfrenta não apenas os desdobramentos médicos de sua saúde, mas também uma agenda de desafios políticos e judiciais. Investigado em diversos processos, o ex-presidente tem se apoiado em agendas públicas e viagens para manter sua base mobilizada. Nesse contexto, a condição clínica se torna ainda mais relevante, já que limita sua participação em eventos de grande duração e pode afetar a imagem de vigor que ele tradicionalmente procura transmitir a seus apoiadores.

Apesar das limitações, a equipe médica ressalta que o tratamento segue em andamento e que não há, até o momento, indicação de que as crises representem risco imediato à vida. O foco permanece no controle e na prevenção dos episódios, embora não exista previsão para a resolução definitiva do quadro. Para os especialistas, o caso de Bolsonaro reforça como complicações aparentemente simples, como o soluço, podem ganhar dimensões graves quando persistem por longos períodos e se associam a um histórico médico complexo. Enquanto isso, o ex-presidente tenta equilibrar a agenda política com os cuidados necessários, em meio às incertezas sobre seu futuro na vida pública e na saúde.