Em plena corrida do MEC: Lula manda recado para Bolsonaro e choca ao dizer q… Ler mais

O domingo amanheceu movimentado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com a realização de um evento que marcou os 95 anos do Ministério da Educação (MEC). A celebração reuniu autoridades, servidores, trabalhadores terceirizados, atletas amadores e a comunidade local em um grande encontro que uniu esporte, cidadania e política. O ponto alto da programação foi a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na caminhada de 3 km, onde, além de confraternizar com os presentes, ele aproveitou a oportunidade para reforçar a importância da soberania nacional e fazer críticas indiretas às motociatas promovidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Logo cedo, antes das 8h, o público já ocupava o gramado central da Esplanada. Famílias inteiras se juntaram a corredores amadores e paratletas para prestigiar a programação que incluiu provas de 3 km, 5 km e 10 km. A atmosfera de celebração ganhou força com a presença do presidente da República, que decidiu se integrar à atividade física em vez de apenas prestigiar de longe. Lula iniciou a caminhada às 7h18 e cruzou a linha de chegada 34 minutos depois, às 7h52, cumprimentando apoiadores e demonstrando bom humor. O gesto foi recebido como um símbolo de proximidade com a população, uma marca que ele busca reforçar em seu terceiro mandato.
Durante sua fala, Lula destacou a relevância da educação como alicerce do desenvolvimento nacional. “Não há soberania sem educação de qualidade para todos. Esse ministério tem 95 anos de história e continua sendo essencial para construir um Brasil mais justo”, afirmou. O presidente aproveitou o clima descontraído para mandar uma indireta ao antecessor. “Em vez de fechar ruas com motocicletas barulhentas, estamos aqui caminhando juntos, celebrando a vida, o esporte e a educação”, disse, arrancando aplausos do público. A fala foi interpretada como uma crítica às motociatas organizadas por Jair Bolsonaro, que se tornaram símbolo durante sua gestão.
A presença de ministros e autoridades deu peso institucional ao evento. Entre eles estavam o ministro da Educação, Camilo Santana, e representantes de diferentes pastas do governo federal. Servidores do MEC também participaram ativamente, reforçando o caráter coletivo da comemoração. Além da corrida e caminhada, a programação contou com atividades de lazer, música e espaços de convivência para crianças, transformando a Esplanada em um grande palco de integração social. A diversidade de participantes, incluindo paratletas, reforçou a mensagem de inclusão e igualdade que permeou a festa.
Para além da celebração esportiva, o evento serviu de palco para a defesa de pautas políticas. Ao destacar a soberania nacional, Lula buscou reforçar um discurso que tem se tornado central em seu governo: o de que o Brasil precisa caminhar com independência no cenário global, investindo em ciência, tecnologia e educação. O presidente tem reiterado a importância de recuperar a confiança da população nas instituições públicas e de mostrar que o Estado pode estar próximo das pessoas em momentos de celebração, não apenas em crises. O simbolismo da caminhada, portanto, foi além do exercício físico: representou uma metáfora de união entre governo e sociedade.
Os participantes também enxergaram a iniciativa como um resgate do caráter popular dos eventos públicos em Brasília. Muitos aproveitaram a manhã para registrar fotos, conversar com servidores e interagir com autoridades em um ambiente menos formal. Para os atletas amadores, a presença do presidente na corrida foi um estímulo extra. “Não é todo dia que você compartilha o mesmo percurso com o chefe de Estado. Isso dá ainda mais significado para a prova”, afirmou a estudante de educação física Larissa Oliveira, que completou os 5 km.
Ao final da programação, o clima era de satisfação. O evento não apenas celebrou a história quase centenária do MEC, mas também reforçou mensagens políticas e sociais que dialogam com o momento atual do país. Combinando esporte, inclusão e debate público, a caminhada de 95 anos do Ministério da Educação mostrou que a Esplanada dos Ministérios pode ser palco não apenas de protestos ou solenidades oficiais, mas também de celebrações que aproximam a população de seus governantes. Para Lula, a manhã serviu de oportunidade para unir discurso e prática: caminhar lado a lado com o povo, em defesa da educação e da soberania nacional.
