Em prisão domiciliar: Bolsonaro faz pedido a Moraes após descobri q… Ler mais

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro protocolou, nesta segunda-feira (8), um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que ele possa se deslocar até um hospital particular de Brasília no próximo domingo (14). O objetivo é que Bolsonaro seja submetido a um procedimento dermatológico de remoção de lesões, conforme recomendação de sua equipe médica. O ex-presidente cumpre prisão domiciliar por determinação da Corte e, portanto, necessita de autorização judicial para deixar sua residência.
O pedido foi encaminhado junto a um relatório assinado pelos médicos que acompanham a saúde do ex-chefe do Executivo. O documento aponta a necessidade da intervenção, classificada como um procedimento de caráter não emergencial, mas preventivo, para evitar complicações futuras. Segundo a defesa, a escolha do hospital DF Star, na capital federal, deve-se à estrutura da unidade, que já acompanha Bolsonaro em outros atendimentos especializados.
“JAIR MESSIAS BOLSONARO, já qualificado nos autos em epígrafe, por seus advogados que esta subscrevem, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer autorização para deslocamento a fim de se submeter a procedimento médico no Hospital DF Star, no dia 14/09/2025, conforme relatório médico anexo”, diz o documento protocolado junto ao gabinete de Moraes. O pedido reforça que o deslocamento será restrito ao cumprimento da agenda médica, sem atividades externas ou encontros políticos.
O ex-presidente, que enfrenta uma série de processos no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), encontra-se em regime de prisão domiciliar desde o início do ano. A medida foi determinada no âmbito de investigações sobre sua conduta após as eleições de 2022 e durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Com a restrição de liberdade, Bolsonaro depende de autorização expressa para qualquer deslocamento, inclusive de caráter médico. A decisão agora está nas mãos de Alexandre de Moraes, relator de processos que envolvem o ex-presidente.
Essa não é a primeira vez que Bolsonaro solicita autorização para cuidados médicos. Desde 2018, quando foi vítima de um atentado à faca durante a campanha presidencial, ele passou por uma série de cirurgias e acompanhamentos clínicos. Questões relacionadas à saúde intestinal, abdominal e dermatológica têm sido recorrentes ao longo de sua trajetória recente. Seus advogados afirmam que os problemas de saúde exigem acompanhamento constante e que o pedido atual se enquadra nessa rotina de cuidados.
Nos bastidores, a solicitação reacende debates sobre a gestão da prisão domiciliar e as condições oferecidas ao ex-presidente. Aliados argumentam que o tratamento médico é um direito fundamental, independentemente do regime de cumprimento de pena. Críticos, por outro lado, enxergam no pedido um risco de flexibilização indevida, temendo que autorizações frequentes possam abrir brechas para manobras políticas. O tema, que deveria ser estritamente médico e jurídico, acaba, mais uma vez, inserido no cenário polarizado que envolve o nome de Bolsonaro.
Agora, a expectativa se volta para a decisão de Moraes, que deve se manifestar nos próximos dias. Caso o pedido seja autorizado, Bolsonaro será escoltado durante todo o trajeto até o hospital, conforme já ocorreu em outras ocasiões semelhantes. O procedimento, marcado para o dia 14, deve ser de baixa complexidade e realizado em caráter ambulatorial. Ainda assim, o episódio reforça a interseção constante entre saúde e política na trajetória do ex-presidente, mantendo-o no centro do noticiário nacional mesmo em situação de restrição de liberdade.
