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Saiba o que houve com Adélio Bispo autor do atentando contra Bolsonaro, após prisão ele acabou sendo… Veja mais

No dia 6 de setembro de 2018, uma cena chocante mudou os rumos da corrida presidencial no Brasil e deixou o país em estado de alerta: o então candidato Jair Bolsonaro foi esfaqueado durante um ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais. O ataque, registrado por câmeras e amplamente divulgado pela mídia, teve como autor confesso Adélio Bispo de Oliveira, que afirmou ter agido “a mando de Deus”.

Seis anos depois, o caso ainda levanta debates, teorias e repercussões judiciais. O agressor permanece sob custódia em um hospital de custódia federal, enquanto Bolsonaro continua enfrentando as consequências físicas do ataque. Ao mesmo tempo, uma parte da sociedade questiona se Adélio realmente agiu sozinho.

O atentado que mudou a história da eleição

Na tarde do atentado, Bolsonaro cumpria agenda de campanha em Juiz de Fora quando foi atingido por uma facada no abdômen, em meio à multidão. O crime causou comoção nacional e internacional, impulsionando ainda mais sua visibilidade política. Levado às pressas para a Santa Casa da cidade, o então candidato passou por uma cirurgia de emergência e ficou internado por semanas.

Desde então, Bolsonaro realizou diversas cirurgias para tratar complicações intestinais decorrentes da lesão. Mesmo após o fim de seu mandato, em 2022, ele ainda relata problemas de saúde relacionados ao episódio.

Quem é Adélio Bispo?

Natural de Montes Claros (MG), Adélio Bispo tinha 40 anos na época do crime. Ex-militante de causas sociais e ex-filiado ao PSOL, ele foi preso em flagrante logo após o atentado e confessou o crime durante o interrogatório, afirmando que seguia ordens divinas para eliminar o candidato.

O caso teve uma reviravolta em 2019, quando a Justiça Federal concluiu que Adélio sofria de transtornos mentais severos, o que o tornava inimputável — ou seja, sem capacidade de compreender o caráter ilícito do ato. A decisão determinou sua internação por tempo indeterminado em um hospital de custódia.

Isolamento e polêmica sobre transferência

Atualmente, Adélio continua em um hospital de custódia federal em Campo Grande (MS), onde vive em regime fechado e sob isolamento. Em 2024, foi cogitada sua transferência para uma instituição psiquiátrica em Minas Gerais, mas a falta de vagas inviabilizou a mudança até o momento.

A permanência de Adélio em uma unidade federal tem sido criticada por especialistas e autoridades locais, que alegam a superlotação dessas instituições e o alto custo de manutenção. Ainda assim, sua condição psicológica continua exigindo tratamento intensivo.

Bolsonaro contesta a versão oficial

Apesar de todas as investigações da Polícia Federal apontarem que Adélio agiu sozinho e sem qualquer articulação política ou financeira externa, Jair Bolsonaro insiste que o atentado foi parte de uma conspiração maior. “Ele não agiu sozinho. Isso foi uma tentativa de me tirar da eleição”, declarou o ex-presidente em diversas ocasiões.

As teorias de que haveria mandantes ou cúmplices nunca foram comprovadas pelas investigações. Inclusive, a Polícia Federal já concluiu quatro inquéritos sobre o caso, todos descartando a participação de terceiros.

Julgamento definitivo ainda indefinido

Embora Adélio tenha sido absolvido penalmente por ser considerado inimputável, o Ministério Público recorreu da decisão. O recurso ainda aguarda julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o que mantém o processo em aberto. Enquanto isso, Adélio segue internado sem previsão de liberação.

A discussão gira em torno de um ponto sensível: como equilibrar a segurança pública com os direitos de uma pessoa considerada doente mental? A ausência de um desfecho definitivo contribui para o clima de incerteza que envolve o caso até hoje.


Tópicos relacionados ao caso:

  • Segurança em campanhas eleitorais: Após o atentado, medidas de proteção a candidatos foram reforçadas nas eleições subsequentes.
  • Inimputabilidade penal: Entenda o que é ser considerado inimputável pela Justiça e quais os critérios legais.
  • Doença mental e sistema prisional: O que acontece com pessoas com transtornos mentais que cometem crimes graves?
  • Repercussão política do atentado: Como o episódio influenciou a eleição de 2018 e a narrativa bolsonarista.
  • Desafios do sistema judiciário: Por que casos como o de Adélio demoram anos para um desfecho definitivo?
  • Teorias da conspiração: O impacto das suspeitas não comprovadas sobre a confiança pública nas instituições.