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Tristeza e dor: morre seu Sampaio após ser atacado por 4 Pitbulls enquanto trab… Ler mais

Um episódio chocante voltou a acender o debate sobre a responsabilidade na guarda de animais de grande porte no Rio Grande do Sul. Um idoso de 62 anos morreu nesta quinta-feira (11) depois de lutar por cinco dias pela vida, internado na UTI do Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre. Ele havia sido atacado no último sábado (6) por quatro cães da raça pitbull em Minas do Leão, município localizado a cerca de 80 quilômetros da capital gaúcha. O caso comoveu a comunidade local e levantou questionamentos sobre a segurança e o controle desses animais em áreas residenciais.

De acordo com informações da Brigada Militar, o idoso caminhava próximo à sua residência, em uma região de pouco movimento, quando foi surpreendido pelos cães. Testemunhas relataram que os animais escaparam de uma propriedade vizinha e atacaram o homem de forma violenta, sem que ele tivesse chance de defesa. O resgate foi acionado por moradores que ouviram os gritos de socorro, mas, ao chegarem, encontraram a vítima inconsciente e com ferimentos graves por todo o corpo. Ele foi levado às pressas para o hospital de Minas do Leão e, posteriormente, transferido para Porto Alegre devido à gravidade dos ferimentos.

Durante os dias de internação, a equipe médica lutou para estabilizar o quadro da vítima, que apresentava múltiplas lacerações, perda de sangue e infecções decorrentes das mordidas. Apesar dos esforços intensivos, o homem não resistiu aos ferimentos. A morte foi confirmada pelo hospital na manhã de quinta-feira, causando profunda comoção entre familiares, amigos e moradores da cidade. O corpo será velado neste fim de semana, e a prefeitura de Minas do Leão decretou luto oficial de um dia em homenagem à vítima.

O caso reacendeu um debate recorrente no país: o controle e a responsabilidade sobre animais considerados de alta periculosidade. Segundo especialistas em comportamento animal, a agressividade de cães como o pitbull não é inerente à raça, mas está diretamente ligada à forma como são criados e treinados. “O problema não é o animal, e sim a negligência humana. Cães fortes e territorialistas precisam de socialização, cuidados e contenção adequados”, explica o adestrador e especialista em comportamento canino Ricardo Nunes. Ele ressalta ainda que a falta de cercas seguras e de acompanhamento por parte dos tutores pode transformar situações simples em tragédias irreversíveis.

A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar as circunstâncias do ataque e apurar se houve negligência ou omissão por parte dos donos dos animais. De acordo com as primeiras informações, os cães estavam soltos no pátio de uma residência próxima ao local e conseguiram escapar por um buraco no portão. O proprietário será ouvido nos próximos dias e pode responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas ocorre por imprudência ou negligência. A prefeitura também informou que os animais foram recolhidos por equipes de zoonoses e serão avaliados por veterinários.

Em nota, a administração municipal lamentou o ocorrido e reforçou a necessidade de políticas públicas voltadas à posse responsável de animais. “É essencial que os tutores compreendam o dever de manter seus cães em ambientes seguros, evitando riscos à população. Situações como essa não podem se repetir”, afirmou o comunicado. O caso já mobiliza vereadores locais, que prometem discutir novas medidas de controle e fiscalização para tutores de animais de grande porte. Entre as propostas em estudo estão o registro obrigatório de cães considerados potencialmente perigosos e a exigência de muros e portões reforçados.

Enquanto a cidade ainda tenta compreender a dimensão da tragédia, a dor da perda permanece entre familiares e vizinhos. Amigos descrevem o idoso como um homem tranquilo, conhecido por ajudar os vizinhos e cuidar de um pequeno jardim em frente à sua casa. A brutalidade do ataque e a sensação de impotência diante do ocorrido deixaram a comunidade abalada. O caso, agora, serve como alerta sobre a urgência de conscientizar a população quanto à responsabilidade no trato com animais domésticos — uma responsabilidade que, quando negligenciada, pode custar vidas.