POLÍTICA

Confirmado: Nas eleições de 2026 Bolsonaro vai ter que.. Ler mais

A disputa presidencial de 2026 ainda parece distante, mas as movimentações políticas nos bastidores já começaram a ganhar força. O presidente nacional do Progressistas (PP), senador Ciro Nogueira (PI), revelou nesta semana que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avalia dois nomes como possíveis candidatos da direita ao Palácio do Planalto: Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, e Ratinho Jr. (PSD), governador do Paraná. A declaração acendeu o debate dentro do campo conservador e mostra que o grupo já se articula para definir seu representante na próxima eleição presidencial.

Em entrevista ao jornal O Globo, Ciro Nogueira foi direto: “Se fosse hoje, vejo dois candidatos viáveis: Tarcísio e Ratinho Jr.”. A fala reforça a percepção de que Bolsonaro, mesmo inelegível, continua sendo o principal articulador da direita e o grande fiador de quem pretende herdar seu eleitorado. O senador, que foi ministro da Casa Civil durante o governo Bolsonaro, afirmou ainda que a expectativa é de que o ex-presidente anuncie sua decisão até janeiro de 2026, definindo quem será o nome a enfrentar o Partido dos Trabalhadores (PT) nas urnas.

“Acredito que ele já decidiu. Defendo que comunique isso em dezembro para ser anunciado em janeiro. Quem vai ser, só ele sabe. Eu imagino, mas quem tem legitimidade e autoridade para dizer é ele, o Flávio (Bolsonaro) ou até a Michelle (Bolsonaro), que tem contato direto com ele”, declarou Nogueira. A fala deixa claro que a decisão está restrita ao núcleo mais próximo do ex-presidente e que o suspense em torno do anúncio faz parte de uma estratégia política calculada.

Entre as opções, Tarcísio de Freitas aparece como o nome mais natural dentro do bolsonarismo. Ex-ministro da Infraestrutura, o governador paulista é visto como um gestor eficiente e fiel ao ex-presidente, embora mantenha publicamente o discurso de que tentará a reeleição em São Paulo. Sua boa aprovação no estado e o perfil técnico o tornam um nome competitivo nacionalmente. Ainda assim, Tarcísio tem evitado declarações diretas sobre uma candidatura ao Planalto, o que, segundo aliados, é uma forma de preservar sua imagem até que Bolsonaro oficialize a escolha.

Do outro lado, Ratinho Jr. surge como um nome em ascensão. Com boa avaliação popular no Paraná e um estilo mais moderado, o governador é visto como alguém capaz de atrair o eleitorado de centro sem afastar os conservadores. Sua relação cordial com Bolsonaro e sua habilidade política o colocam como uma alternativa de consenso dentro da direita. Fontes próximas ao ex-presidente indicam que Bolsonaro pode adiar o anúncio de seu apoio para fevereiro de 2026, o que, na prática, daria mais tempo para fortalecer a relação com Ratinho Jr. e medir o impacto de sua escolha.

A decisão de Bolsonaro entre Tarcísio e Ratinho representa um divisor de águas para o futuro da direita brasileira. Fora da disputa por causa da inelegibilidade, o ex-presidente tenta manter sua influência e garantir a continuidade de seu projeto político. Uma escolha acertada pode consolidar a força do bolsonarismo e unificar os eleitores conservadores; uma decisão equivocada, porém, pode fragmentar a base e abrir espaço para outros nomes que tentam ocupar esse espaço político, como Romeu Zema (Novo) e até lideranças emergentes do centrão.

Nesse cenário, Ciro Nogueira atua como um dos principais articuladores da estratégia. Experiente e com trânsito entre as principais lideranças do país, o senador defende que o grupo anuncie o candidato o quanto antes para começar a estruturar alianças regionais e definir os palanques estaduais. “O eleitor da direita precisa saber quem vai enfrentar o PT. Quanto antes isso estiver claro, mais tempo teremos para fortalecer a candidatura”, afirmou.

Enquanto a decisão não é anunciada, Tarcísio e Ratinho Jr. seguem no tabuleiro político, cada um construindo seu caminho e aguardando o movimento final de Jair Bolsonaro. Seja qual for o escolhido, o nome carregará o peso de representar o principal bloco conservador do país em uma das eleições mais polarizadas da história recente. Uma escolha que pode redefinir os rumos da direita e marcar o papel de Bolsonaro como o grande articulador político de 2026.