Mulher morre ao fazer algo que todas fazem com seu marido diariamente, todo cuidado é pouco. Ela t… Ver mais
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Uma tragédia abalou a cidade de Salvador na madrugada desta terça-feira (18). A corretora de imóveis Veruska Rendall, de 54 anos, faleceu após passar por três procedimentos estéticos em uma clínica localizada no bairro de Ondina. O caso está sob investigação da Polícia Civil, que busca esclarecer as circunstâncias da morte e eventuais responsabilidades.
Procedimentos prolongados e complicações
Veruska decidiu realizar cirurgias no abdômen, mama e nádegas em um único procedimento, que teve início às 9h de segunda-feira (17) e só foi concluído por volta da meia-noite de terça-feira (18). Foram cerca de 15 horas de intervenção cirúrgica, um tempo considerado extenso e de alto risco.
Apenas o marido da corretora tinha conhecimento das cirurgias. Segundo a irmã da vítima, Soraya Rendall, a decisão de manter a família no escuro partiu da própria Veruska. “Ela estava muito animada e determinada a realizar os procedimentos. Quando colocava algo na cabeça, era difícil mudar sua decisão”, revelou Soraya.
Tentativas de socorro e falta de estrutura
Após o término da cirurgia, Veruska sofreu uma parada cardíaca. A clínica acionou uma médica de plantão e, posteriormente, uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) foi chamada para prestar suporte. Entretanto, o local não dispunha de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), apenas equipamentos de ressuscitação.
Soraya Rendall questiona a segurança do estabelecimento e o atendimento prestado. “O médico responsável fez a cirurgia e foi embora. Ele mesmo afirmou que não havia outro profissional na clínica naquele momento. Havia um enfermeiro, mas não sabemos se essa pessoa estava devidamente capacitada para realizar uma reanimação”, destacou.
Responsabilidade médica em questão
A família de Veruska também levanta questionamentos sobre a decisão médica de permitir a realização de três procedimentos simultaneamente. “Era papel dos médicos orientar a paciente e não permitir que tudo fosse feito de uma só vez. Poderiam ter sugerido dividir as cirurgias ao longo do tempo, reduzindo os riscos”, afirmou Soraya.
Segundo a irmã da vítima, Veruska passou por todos os exames pré-operatórios e não apresentava problemas de saúde que contraindicassem os procedimentos. “Ela queria ficar bonita, mas cabia aos profissionais zelarem por sua segurança”, lamentou.
Investigação e providências legais
A 7ª Delegacia Territorial (DT/Rio Vermelho), sob comando do delegado Nilton Borba, está apurando o caso. A causa da morte de Veruska só será oficialmente confirmada após a análise dos laudos periciais. “O médico será chamado para depor, mas a principal diretriz das investigações serão os relatórios periciais”, afirmou o delegado.
O Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb) informou, por meio de nota, que até o início da tarde de terça-feira não havia recebido nenhuma denúncia formal sobre o ocorrido. A entidade ressaltou que, caso a família identifique indícios de infração ética no atendimento médico, pode formalizar uma queixa para que os fatos sejam apurados.
Cirurgias plásticas e os riscos envolvidos
O caso de Veruska Rendall reacende o debate sobre os riscos de cirurgias plásticas prolongadas e a segurança das clínicas estéticas. Especialistas alertam que procedimentos de longa duração aumentam significativamente o risco de complicações, como trombose, infecções e paradas cardíacas.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) recomenda que pacientes sejam devidamente informados sobre os riscos e que clínicas possuam infraestrutura adequada para atender emergências. A presença de uma UTI em locais que realizam cirurgias de grande porte é considerada essencial para garantir a segurança do paciente em caso de complicações.
Conclusão
A morte de Veruska Rendall expõe questões cruciais sobre a segurança de procedimentos estéticos e a responsabilidade das clínicas e profissionais envolvidos. Enquanto a família busca respostas e justiça, o caso serve como alerta para quem pretende realizar cirurgias plásticas, reforçando a importância de avaliar criteriosamente os riscos e a estrutura das instituições onde os procedimentos serão realizados.
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