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Pai desbloqueia telefone do filho morto há um ano, e acaba descobrindo que o ass@ssin0 é… Ver mais

O silêncio que perdurava havia mais de um ano foi quebrado por 20 segundos de pura perturbação. Um simples toque de dedo, um desbloqueio de tela, e o horror voltou a pulsar como uma ferida aberta no tempo. Dentro de um smartphone devolvido pela polícia italiana, repousava a peça que faltava em um dos crimes mais brutais e comentados do norte da Itália: o assassinato de Michael Boschetto, de 32 anos.

O vídeo, registrado no próprio celular da vítima e esquecido no meio de tantas provas técnicas, mostra Giacomo Friso, o principal suspeito do homicídio, dançando despreocupadamente dentro de uma casa. O detalhe estarrecedor? O registro foi feito instantes após ele ter supostamente esfaqueado Boschetto quatro vezes, deixando-o agonizando no chão.

Com apenas 20 segundos de duração, o vídeo tem causado calafrios até mesmo entre investigadores experientes. O olhar perdido, a dança descompassada, a música no fundo — tudo isso contrastando com o cenário de violência que acabara de acontecer. O que seria apenas mais uma evidência tornou-se um símbolo grotesco da frieza de um possível assassino. E tudo só veio à tona agora.

Um desbloqueio que muda o rumo do caso

Foi o pai da vítima, em um momento de dor misturado à curiosidade, quem resolveu acessar o telefone do filho, já devolvido pela polícia após meses de perícia. Ele esperava talvez fotos antigas, mensagens de despedida, qualquer coisa que aliviasse a saudade. O que encontrou, no entanto, foi algo que nenhum pai deveria ver: o suposto algoz do filho dançando sobre o eco do assassinato.

As autoridades confirmaram que o vídeo foi imediatamente anexado aos autos do processo. Ele pode se tornar uma peça-chave no julgamento de Friso, que já respondia por homicídio qualificado. Mas, além do valor jurídico, o conteúdo reacendeu o debate público sobre o estado mental de Friso e a real motivação do crime.

Uma vizinhança, uma briga e quatro facadas

O crime ocorreu em 27 de abril de 2024, na pacata cidade de Villafranca Padovana, região norte da Itália. Michael Boschetto e Giacomo Friso eram vizinhos. E como muitas histórias trágicas, essa também começou com uma discussão aparentemente banal. Segundo testemunhas, os dois já tinham um histórico de desentendimentos, mas nada que indicasse o que estava por vir.

Naquela tarde, após mais uma briga acalorada, Friso — que já tinha passagens anteriores relacionadas a problemas com drogas — teria perdido o controle e atacado Boschetto com uma faca. Foram quatro golpes certeiros. Friso tentou fugir da cena, mas foi surpreendido por um policial que estava de folga nas proximidades. Preso em flagrante, ele está detido desde então.

O que se esconde por trás do vídeo?

O mais perturbador, no entanto, não é apenas o conteúdo do vídeo, mas o que ele representa. Por que alguém registraria uma dança após cometer um assassinato? Seria um gesto de celebração? Uma fuga psicológica? Uma provocação? Ou apenas o retrato de um estado mental completamente colapsado?

Especialistas em comportamento criminal ouvidos pela imprensa italiana afirmam que o gesto pode indicar narcisismo patológico ou até psicopatia. “O vídeo sugere uma ausência completa de empatia e consciência”, disse um criminólogo à rede local TG Padova. “Não é comum, nem mesmo entre homicidas, encontrar registros assim logo após o ato”.

Desdobramentos e novas perguntas

O Ministério Público reabriu uma parte da investigação para analisar o vídeo com mais profundidade. Técnicos trabalham agora para confirmar metadados, localização exata e se o conteúdo pode revelar ainda mais informações sobre o comportamento de Friso naquele dia. A defesa do acusado, por sua vez, não comentou o novo elemento do processo, mas deve tentar argumentar sobre o estado mental do réu no momento do crime.

A família de Boschetto exige justiça e espera que o vídeo seja a peça final para uma condenação definitiva. “Meu filho foi morto de forma covarde. Ver esse vídeo é como reviver tudo, mas agora com ainda mais dor”, disse o pai em um breve pronunciamento à imprensa.

Uma dança que não será esquecida

Se antes o caso chocava pela brutalidade do ataque, agora ele choca pela frieza do pós-crime. O vídeo-selfie de Friso é mais do que uma prova: é um grito silencioso sobre o que a mente humana é capaz de esconder. E, enquanto o julgamento segue, a Itália acompanha com atenção o desenrolar dessa história que mistura violência, psicologia, e um detalhe macabro capaz de mudar tudo.