‘TORNOZELEIRA ELETRÔNICA’ Chega notícia sobre Bolsonaro, p… Ver mais

Brasília vive um novo capítulo de tensão política. A capital, acostumada a intrigas e bastidores intensos, foi surpreendida por um movimento que pode significar muito mais do que uma simples viagem internacional. Carla Zambelli, deputada federal pelo PL de São Paulo, condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão, anunciou sua saída do Brasil. O destino? Itália. O motivo oficial? “Pretendo morar lá.” Mas nos corredores do poder, o anúncio acendeu um alarme.
Seria essa mais uma fuga?
É a pergunta que começa a ecoar com força. E a resposta, embora não esteja escrita nos autos, parece clara para parte da oposição. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, não perdeu tempo: apresentou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido incisivo — que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passe a usar tornozeleira eletrônica, como medida para garantir que ele permaneça no território nacional.
O cerco começa a apertar
O pedido de Lindbergh vai além de simples suposição. Ele cita não só a fuga de Zambelli, mas também a saída recente do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, que se mudou para os Estados Unidos após rumores de que seu passaporte poderia ser retido. “Ambos investigados. Ambos ligados diretamente a Bolsonaro”, reforça o parlamentar.
E mais: o próprio ex-presidente admitiu, publicamente, ter financiado a permanência do filho no exterior por meio de doações via Pix — uma declaração que, segundo Lindbergh, reforça a necessidade de vigilância.
“A tornozeleira eletrônica é uma ferramenta legítima de fiscalização e não fere a dignidade de ninguém”, argumenta, citando a doutrina penal processual.
O telefonema que levanta suspeitas
Mas há outro elemento que apimenta a narrativa. Bolsonaro teria ligado para o senador Hamilton Mourão — seu ex-vice — pouco antes de ele prestar depoimento como testemunha de defesa no STF. Um detalhe que, somado à saída dos aliados, eleva o tom da preocupação.
Para Lindbergh, esse conjunto de fatores mostra que os mecanismos atuais — como a retenção de passaporte — não são suficientes para impedir uma eventual evasão. “Estamos diante de um padrão preocupante”, alerta.
Efeito dominó?
O temor agora é que o movimento de Zambelli seja apenas o início de um efeito dominó. Uma debandada silenciosa, estratégica, com implicações profundas. “Não podemos mais tratar esses episódios como casos isolados”, reforça o deputado Rogério Correia (PT-MG), que também protocolou pedido à PGR nesta semana.
Os dois parlamentares já haviam solicitado, em março, que medidas cautelares fossem adotadas contra Bolsonaro, mas não receberam resposta da PGR. A nova onda de acontecimentos reacende o debate — e com urgência.
“A Justiça precisa agir antes que seja tarde demais”, diz Correia.
Um silêncio ensurdecedor
Enquanto isso, o ex-presidente permanece em silêncio. Sua assessoria foi procurada pela CNN, mas ainda não respondeu. O mutismo, porém, só alimenta a desconfiança. Com a base bolsonarista sofrendo reveses em série — entre investigações, condenações e saídas do país —, o risco de Bolsonaro seguir o mesmo caminho parece, para seus opositores, cada vez mais plausível.
A tensão se instala
A hipótese de tornozeleira eletrônica para o ex-presidente pode soar, para alguns, como extrema. Para outros, é um passo necessário diante de um cenário volátil e perigoso. Especialistas jurídicos divergem, mas a pressão política já está lançada — e ela não parece disposta a recuar.
Nos bastidores do Judiciário, a discussão agora gira em torno de um dilema: adotar medidas preventivas mais duras ou correr o risco de ver outro nome importante do bolsonarismo escapar das mãos da Justiça?
Uma pergunta paira no ar
A narrativa que se desenha é digna de uma trama política de alto nível. A cada semana, peças se movem em silêncio, outras desaparecem do tabuleiro, enquanto o centro das investigações permanece o mesmo: Jair Bolsonaro. Ele será o próximo a partir? Ou as instituições vão agir a tempo?
Neste momento, o país observa, em suspense, a movimentação das figuras mais próximas do ex-presidente. Carla Zambelli foi apenas a mais recente. E talvez, como muitos temem nos bastidores do poder, não seja a última.
A história ainda está em curso — e cada passo dado pode mudar os rumos do jogo.
